EnglishPortugueseSpanish

Pajé Tserité da etnia Xavante: Um Guardião dos Saberes Tradicionais em Risco

Compartilhar no facebook
Compartilhar no twitter
Compartilhar no linkedin
Compartilhar no email
Compartilhar no whatsapp

Pajé Tserité da etnia Xavante: Um Guardião dos Saberes Tradicionais em Risco

O Museu de História Natural de Mato Grosso apela por assistência urgente para o líder Xavante, cuja saúde fragilizada põe em perigo um patrimônio cultural inestimável

Pajé Tserité compartilha sua sabedoria ancestral Xavante durante o V Encontro Indígena no Museu de História Natural, contribuindo para o fortalecimento das tradições culturais. Foto: Acervo Instituto Ecoss/MHNMT

O estado de Mato Grosso é rico em diversidade cultural e abriga uma das maiores populações indígenas do Brasil, são 44 etnias. Nesse cenário, o Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado em Cuiabá e gerido pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais, se dedica, desde a sua fundação, à preservação e divulgação dos saberes tradicionais indígenas.

José Luís Tserité, parceiro de longa data do Museu de História Natural, contribui com seu conhecimento profundo para fortalecer a missão de preservar e celebrar as culturas indígenas. Foto: Acervo Instituto Ecoss/MHNMT

Um dos parceiros que mais colaborou com o Museu na divulgação dos saberes é o Cacique Tserité, da etnia Xavante, da aldeia São Felipe, no território indígena Parabubure, no município de Campinápolis, a 544 km de Cuiabá. Com 77 anos, o Pajé Tserité tem sido um parceiro essencial, participando da cerimônia de inauguração do Museu, na qual realizou pajelança, do primeiro Encontro Indígena do Museu, criado principalmente para partilhar seus saberes com crianças e adolescentes não indígenas; já são mais de 16 anos realizando o evento. 

É destaque também o envolvimento do líder indígena em eventos importantes como a Semana do Meio Ambiente. Seu vasto conhecimento tradicional, compartilhado generosamente com a comunidade, enfatizando a importância do respeito à natureza e da preservação ambiental, fundamentais em tempos atuais de crise climática severa.

Infelizmente, o Pajé Tserité enfrenta atualmente graves problemas de saúde. Internado no hospital de Água Boa, ele sofre de condições graves, incluindo pneumonia broncoaspirativa, sepse com foco pulmonar, insuficiência renal, além de uma obstrução intestinal causada pelo uso excessivo de plantas medicinais. Seu estado se agravou desde o início do mês, e ao procurar atendimento médico em Campinápolis, recebeu o diagnóstico tardio dessas condições, ocasionando complicação do quadro.

Tserité está internado no Hospital de Água Boa. Foto: Arquivo cedido pela família.

Dada a sua contribuição inestimável para a preservação dos saberes tradicionais e sua parceria com o Museu de História Natural de Mato Grosso, apelamos às autoridades competentes para que prestem a assistência necessária para salvar a vida do Cacique Tserité. O Museu desempenha um papel essencial na preservação das memórias vivas dos saberes tradicionais e no respaldo daqueles que os detêm. Não estamos limitados a ser um espaço dedicado apenas às memórias dos antepassados. Por isso, lutamos para manter vivas tanto as pessoas quanto suas tradições e está engajado para assegurar que aqueles com saberes tradicionais continuem a enriquecer nosso patrimônio cultural. Como instituição comprometida com a proteção dos conhecimentos indígenas, clamamos pela garantia do direito à vida do líder Xavante Tserité.