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Museu realiza o 10º Encontro Indígena, em Cuiabá

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Museu realiza o 10º Encontro Indígena, em Cuiabá

Evento irá refletir sobre as territorialidades, contemplando temas do direito e políticas públicas, sustentabilidade e economia criativa dos Povos Indígenas de Mato Grosso

Povos Indígenas Museu de História Natural de Mato Grosso
O evento acontecerá entre os dias 18 e 21 de abril com entrada gratuita e aberto ao público de todas as idades. (Foto: Mario Friedlander/Acervo MHNMT e Instituto Ecoss)

No Brasil existem mais de 240 povos indígenas remanescentes, de acordo com o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desses, 43 povos estão em Mato Grosso, mais de 42 mil indígenas que residem em diversos territórios distribuídos pelo estado.

O Museu de História Natural de Mato Grosso (MHNMT), desde a sua criação em 2006, busca estreitar os laços com os povos originários mato-grossenses por meio de ações socioculturais. Uma destas iniciativas é o Encontro Indígena, iniciado em 2008 e que neste ano chega a décima edição. O 10º Encontro Indígena acontecerá nos dias 18, 19, 20 e 21 de abril. Entre as diversas atividades previstas estão apresentações culturais, palestras, mesas redondas, oficinas, feira de artesanato e muito mais.

Enir Maria Silva, presidente do Instituto Ecoss e coordenadora do Museu, explica que esse evento fomenta trocas culturais e de saberes tradicionais entre indígenas e não-indígenas mato-grossenses. “Desde de 2008, nós construímos esse evento junto com as comunidades indígenas, com a finalidade de fortalecer e valorizar as culturas tradicionais”, explica. 

A arqueóloga e vice-presidente do Instituto Ecoss, Suzana Hirooka, relembra que uma das missões do Museu é valorizar a diversidade indígena do estado, que tem a sexta maior concentração indígena do país.

“A partir deste espaço que o Museu abre para a aproximação dos indígenas com os não indígenas, é possível diluir preconceitos que as pessoas carregam desde a época da colonização. Esse contato direto, em especial de crianças e adolescentes, com as manifestações culturais indígenas, como as danças, contos, brincadeiras, pinturas e os conhecimentos medicinais dos diversos povos, faz com que as pessoas passem a admirar essa riqueza que o estado possui e que deve ser preservada, valorizada e divulgada”, afirma.

Crianças e adolescentes não-indígenas estabelecem trocas culturais com os representantes de etnias de Mato Grosso. Registro do 1º Encontro Indígena (Foto: Acervo Instituto Ecoss/MHNMT)

Neste ano, a proposta do evento é refletir sobre as territorialidades, que não se restringem apenas ao espaço geográfico, mas se estendem à própria (r)existência dos povos indígenas. Durante os quatro dias de evento serão debatidas as políticas públicas em defesa dos povos originários, o papel das aldeias na sustentabilidade e na proteção contra as mudanças climáticas e as possibilidades de fazer circular nos centros urbanos as economias das florestas.

Vitória Ramirez Zanquetta, curadora do Museu, explica que a presença de representantes de oito povos já está confirmada. São eles: Umutina, Kuikuro, Bororo, Karajá, Kamayurá, Kurâ-Bakairi, Manoki e Xavante. “Os povos indígenas possuem saberes, práticas e tradições que são incorporadas na culinária, música, dança, folclore e na língua de todo povo brasileiro. Esta será uma oportunidade para dialogar com os diferentes povos que participarão do evento e se conectar com essa herança ancestral de forma ativa e consciente”, comenta.

Participando desde o primeiro Encontro Indígena, Nárru Yamalui, do povo Kuikuro do Alto Xingu, revela que nos eventos é possível mostrar que existe uma diversidade quando se fala em povos indígenas. “Nós somos indígenas e temos língua, crenças, arte e histórias diferentes. Nos encontros a gente conversa com as crianças, jovens e adultos e tira dúvidas sobre a nossa realidade. Essa é uma forma de fortalecer a nossa cultura”, explica. 

Representantes do povo Kuikuro no 1º Encontro Indígena realizado no Museu de História Natural de Mato Grosso, em 2008, conversaram com estudantes. Da esq. para dir. Yakari e Nárru Yamalui. (Foto: Acervo Instituto Ecoss/MHNMT)

Em breve a programação completa será divulgada. Mas, já estão previstas oficinas e atividades oferecidas pelos indígenas para estudantes do ensino fundamental e médio, bem como mesas redondas e palestras voltadas para o público em geral. A comissão organizadora estima que devem participar do evento mais de três mil pessoas, entre indígenas e não-indígenas.

“Será um evento muito rico culturalmente. É uma oportunidade para conhecer e aprender mais sobre os povos indígenas que vivem no nosso estado. Conhecer é um passo importante para valorizar e respeitar a diversidade humana e o nosso patrimônio cultural”, afirma a presidente do Instituto Ecoss, Enir Maria Silva.

Esta é uma iniciativa do Museu de História Natural de Mato Grosso e do Instituto Ecoss em parceria com a Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel). 

Serviço:

10º Encontro Indígena

Data: 18/04 a 21/04

Onde: Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Endereço: Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT.

Contato: (65) 9 9686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturaldemtgmail.com

Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer(Secel).

Por: Thiago “Zina” Crepaldi – Assessoria de Comunicação do MHNMT