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Descobertas Arqueológicas Revelam Artefatos Escondidos na Casa Dom Aquino

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Descobertas Arqueológicas Revelam Artefatos Escondidos na Casa Dom Aquino

Pesquisa destaca uso de tecnologia de radar para localizar artefatos históricos em Cuiabá, MT, destacando a importância da arqueologia na preservação do patrimônio cultural; parte dos artefatos estão em exposição no Museu de História Natural de Mato Grosso.

Vista aérea da casa Dom Aquino, em Cuiabá. Acervo Instituto Ecoss/MHNMT

A Casa Dom Aquino, construída em 1842, localizada às margens do rio Cuiabá, tombada pelo Patrimônio Histórico em 1997, ganhou nova vida através das descobertas arqueológicas lideradas pelas pesquisadoras Joicy Castro, Gisele Bertol, Shozo Shiraiwa e Suzana Hirooka. A Casa, que tem um estilo colonial e um formato de “U” com 12 cômodos, é conhecida por alguns historiadores como a “Casa Predestinada“, pois nasceram duas personalidades ilustres do estado de Mato Grosso: Dom Aquino e Joaquim Murtinho. Este trabalho, fruto de uma colaboração entre o Instituto Ecoss, a Universidade Federal de Mato Grosso e a Universidade de Várzea Grande, não apenas ilumina o nosso passado, mas também confirma a eficácia de métodos modernos como o Radar de Penetração no Solo (GPR) na arqueologia histórica.

Procedimentos e Tecnologia Utilizada

Utilização do GPR para detectar artefatos arqueológicos na Casa Dom Aquino, em Cuiabá, MT. Foto: Suzana Hirooka/Acervo Ecoos.

O estudo, intitulado “Aplicação do GPR na localização de artefatos arqueológicos na Casa Dom Aquino em Cuiabá, MT“, apresentado no I Simpósio Regional da Sociedade Brasileira de Geofísica, realizado em São Paulo, em 2004, evidenciou o emprego das tecnologias avançadas de geofísica para localizar vestígios de artefatos soterrados no entorno da Casa Dom Aquino, datados dos séculos XVIII e XIX. O GPR, uma técnica que utiliza ondas de rádio em frequências altas para mapear o subsolo, permitiu identificar áreas com possíveis concentrações de artefatos sem a necessidade de escavações invasivas.

Animação do princípio físico do GRP na localização de objetos e artefatos no solo. Fonte: Geoprospect

Foram investigadas duas áreas ao redor da Casa Dom Aquino, com medições de 15x30m e 45x16m respectivamente. O levantamento por GPR orientou as escavações cuidadosamente planejadas, revelando fragmentos de cerâmica, louça, vidro, entre outros, até uma profundidade de 0,70 metros.

Quadrículas de 1x1m nos fundos da Casa Dom Aquino Corrêa. Foto: Suzana Hirooka/Acervo Ecoos.

Descobertas Arqueológicas e Importância Histórica

Entre as descobertas mais notáveis estão peças de cerâmica, utensílios de cobre e fragmentos de pisos hidráulicos do início do século XX. Segundo Suzana Hirooka, presidente do Instituto Ecoss, que gerencia o Museu de História Natural de Mato Grosso, “esses achados não só enriquecem a coleção do Museu de História Natural de Mato Grosso, mas também oferecem uma janela inestimável para a vida cotidiana das épocas coloniais e imperiais no Brasil, especialmente em Cuiabá”, ressaltou. Atualmente parte das peças estão expostas no Museu e a outra está na Reserva Técnica do Museu.

Fragmentos de louças e faianças europeias expostas no Museu de História Natural de Mato Grosso. Foto: Acervo MHNMT

Impacto Social e Científico

Ainda segundo Hirooka este projeto destacou a importância da arqueologia urbana como ferramenta vital para preservar a história cultural e educar o público sobre o valor dos sítios históricos.

“Iniciativas como esta, lideradas pelo Instituto Ecoss, demonstram como a combinação de técnicas modernas com o respeito à história pode gerar um impacto duradouro que pode ser acessado por toda a sociedade”, explicou.

Este trabalho na Casa Dom Aquino, que desde 2006 abriga o MHNMT, evidencia o potencial das tecnologias geofísicas na arqueologia, realçando a importância de parcerias entre universidades, museus e instituições de pesquisa para a gestão sustentável do nosso patrimônio histórico. Os visitantes do Museu agora podem apreciar não apenas a beleza arquitetônica da Casa Dom Aquino, mas também conhecer as histórias dos moradores e os modos de vida, graças aos esforços da equipe dedicada à descoberta e preservação do passado.

Serviço:

Museu de História Natural de Mato Grosso é gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), sendo um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

O espaço é aberto ao público de quarta a sábado, das 8h às 18h, e aos domingos e feriados a entrada é gratuita. O valor da entrada nos demais dias é de R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia). E está localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT.

Canais digitais:

Por: Thiago “Zina” Crepaldi – Assessor de Comunicação do Museu de História Natural de Mato Grosso.