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Museu de História Natural de Mato Grosso promove programação especial para Semana Nacional de Museus em Cuiabá (MT)

Com atividades gratuitas e voltadas para a conexão com a natureza, o Museu oferece experiências educativas para quem busca sustentabilidade e bem-estar

O Museu de História Natural de Mato Grosso celebra o Dia Internacional dos Museus e busca estimular o interesse pelo conhecimento e pela conservação do planeta. Foto: Radharani Khun Acervo MHNMT/Instituto Ecoss

Se você curte se conectar com a natureza e está aberto a novas vivências, precisa conferir a programação da 21º Semana Nacional de Museus aqui no Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá (MT).

Entre os dias 17 e 21 de maio, acontecerá uma programação especial em comemoração ao Dia Internacional dos Museus, celebrado no dia 18, que conecta o museu, a sustentabilidade e o bem-estar. As atividades propostas integram a programação nacional, organizada pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram). 💚

Durante toda a Semana Nacional de Museus, teremos visitação gratuita e uma série de atividades incríveis para você participar. Entre elas, prática de yoga para se conectar com a natureza, palestra educativa sobre aquíferos e sua importância para a sociedade, oficina de compostagem e minhocário para aprender a destinar adequadamente os seus resíduos e oficina de pintura em tela com foco na percepção da natureza e suas nuances. 

Enir Maria Silva, coordenadora do Museu e presidente do Instituto Ecoss, explica que o espaço museal valoriza a vida em todas as suas formas e expressões. “Aqui, preservamos a biodiversidade, a cultura e a ciência de forma integrada e participativa. A Semana dos Museus é uma oportunidade de compartilharmos esse patrimônio com a sociedade, estimulando o interesse pelo conhecimento e pela conservação do nosso planeta”, afirma.

Ficou interessado em participar? Para se inscrever, basta acessar o link que estará disponível na biografia do Instagram do Museu: https://www.instagram.com/museuhistorianaturalmt/ (@museuhistorianaturalmt)

Confira a programação completa: 

Entrada e Visitas Mediadas Gratuitas

Em celebração a Semana Nacional de Museus, durante toda a semana não haverá taxa de entrada. Este é um convite para que todos possam usufruir do Museu e prestigiar esta importante instituição, não perca!

Data: 17 a 21 de maio

Horário: 8h às 18h

Local: Museu de História Natural de Mato Grosso

Agendamento: Para grupos com mais de 10 pessoas e turmas escolares agendar pelo e-mail: agendamentosmhnmt@gmail.com

Palestra “O Ciclo da Água: Os Aquíferos e o Pantanal” – Com Caiubi Khun, professor da UFMT

Palestra educativa sobre o ciclo das águas e a importância dos aquíferos e áreas de recarga para a manutenção do Pantanal. Também será abordado sobre as mudanças climáticas e as oscilações dos ciclos hídricos.

Data: 18 de maio

Horário: 14h às 16h 

Local: Área verde do Museu de História Natural de Mato Grosso

Inscrições: https://linktr.ee/mhnmt

Oficina de Compostagem e Minhocário, com Talita Palácio 

Nesta importante oficina será ensinado aos participantes como realizar a compostagem doméstica urbana, incentivando mais pessoas a dar uma destinação adequada aos seus resíduos.

Data: 19 de maio

Horário: 15h30 às 17h30

Local: Área verde do Museu de História Natural de Mato Grosso

Inscrições: https://linktr.ee/mhnmt

Yoga no Museu, com Amanda Cristie

Focando no bem-estar teremos uma aula gratuita de Hatha Yoga, um dos tipos mais populares do ocidente, que trabalha o condicionamento físico, o fortalecimento do corpo e o aumento da flexibilidade.

Data: 20 de maio

Horário: 8h às 9h

Local: Área verde do Museu de História Natural de Mato Grosso

Inscrições: https://linktr.ee/mhnmt

Oficina “Pintando as Árvores do Museu”, com Tânia Pardo

A área verde do Museu é um espaço inspirador, onde podemos observar diversas espécies de árvores. Nessa oficina, a partir da observação da flora local, aprenderemos pinturas expressivas e criativas. 

Data: 20 de maio

Horário: 9h às 11h

Local: Área verde do Museu de História Natural de Mato Grosso

Inscrições: https://linktr.ee/mhnmt

Oficina “De onde vem a água dos rios?”, com Caiubi Khum, professor da UFMT

Você sabe o que são e como funcionam os aquíferos? Na oficina “De onde vem a água dos rios?”, será apresentado o ciclo das águas, os diferentes tipos de aquíferos e onde eles existem em nossa região. 

Data: 20 de maio

Horário: 15h às 17h

Local: Área verde do Museu de História Natural de Mato Grosso

Inscrições: https://linktr.ee/mhnmt

Feira de Cerâmica do MASMT

Participação na feira de cerâmica do Museu de Arte Sacra, compartilhando com o público peças confeccionadas por diversos povos indígenas do estado e outros artigos que fazem parte da lojinha do MHNMT.

Data: 21 de maio

Horário: 9h às 11h

Local: Museu de Arte Sacra de Mato Grosso

SERVIÇO

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Funcionamento do Museu: Quarta a sexta-feira, das 8h às 18h.

Entrada: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia). Aos domingos é gratuito. Durante a Semana dos Museus não será cobrada a entrada.

Endereço: Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT.

Contato: (65) 99686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

Por: Thiago “Zina” Crepaldi – Assessoria de Comunicação do MHNMT

Mês dos Museus é celebrado com programação especial para toda a família no Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá

As atividades gratuitas, que acontecem ao longo do mês de maio, buscam valorizar o espaço museológico como promotor de educação, cultura e lazer

O Museu de História Natural de Mato Grosso fica localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. Foto: Acervo MHNMT/Instituto Ecoss

No mês de maio, por conta do Dia Internacional dos Museus (18), as instituições museológicas são celebradas como espaços de preservação e difusão do patrimônio cultural e natural. Em Cuiabá, o Museu de História Natural de Mato Grosso (MHNT) propõe uma programação que reflete o papel da instituição na promoção do bem-estar e da sustentabilidade.

O MHNMT, às margens do Rio Cuiabá e com uma área verde de aproximadamente 10 mil metros quadrados, revela-se como um verdadeiro oásis dentro da calorosa cidade de Cuiabá; uma excelente opção de passeio para toda a família. Segundo Enir Maria Silva, coordenadora do Museu e presidente do Instituto Ecoss, esta rica biodiversidade, que compõe o Museu, se articula muito bem com a programação proposta para o “Mês dos Museus”. “Esta é mais uma oportunidade que a comunidade tem para prestigiar o Museu, que é um espaço de educação, cultura e, também, de lazer”, afirma. E completa: “Por meio da diversidade de atividades conseguimos fazer com que as nossas ações de desenvolvimento social e ambiental sensibilizem mais pessoas”.

Entre as atividades previstas, estão oficinas de cerâmica de animais pantaneiros; de cartão para o Dia das Mães em aquarela; de fotografia star trail com o celular. Além disso, haverão palestras, oficina de compostagem, yoga e outras atrações. 

As inscrições para as oficinas vão ser liberadas nas quartas-feiras que antecedem a realização das oficinas. Para se inscrever, basta acessar o link que estará disponível na biografia do Instagram do Museu: https://www.instagram.com/museuhistorianaturalmt/ (@museuhistorianaturalmt)

Para mais informações, é só ligar no telefone do Museu de História Natural de Mato Grosso (65) 3634-4858 ou (65) 99686-7701 WhatsApp.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO COMPLETA:

Oficina Cerâmica de Animais Pantaneiros – Com Samuel

A oficina tem a proposta de introduzir as pessoas que nunca tiveram contato com argila a experimentarem. Nessas 2 horas, teremos um pouquinho de teoria e parte prática das várias fases do processo cerâmico, onde os participantes aprenderão que o simples ato de apertar, gera uma quantidade enorme de experiências tátil de modificar a forma do barro, afim de transformá-lo em animais pantaneiros.

  • Dia: 06 de maio
  • Horário: 9h às 11h
  • Área verde do Museu de História Natural de MT
  • Abertura das inscrições dia 03/05 às 17h: https://linktr.ee/mhnmt

Oficina Cartão para o Dia Das Mães em aquarela – Com Kadinne Strobel

Nesta oficina, vamos explorar os fundamentos básicos da aquarela, para que todos os participantes, independe de já ter praticado ou não alguma técnica de pintura ou desenho, possam fazer um belíssimo cartão para o Dia das Mães, inspirado na natureza e na beleza das flores do Jardim no Museu de História Natural de Mato Grosso.

  • Dia: 13 de maio
  • Horário: 9h às 11h
  • Área verde do Museu de História Natural de MT
  • Abertura das inscrições dia 10/05 às 17h: https://linktr.ee/mhnmt

Observação Astronômica – Com os projetos “O Céu de Mato Grosso” e “Fisicart”, ambos da UFMT

Que tal aproveitar o domingo para apreciar as belezas do céu de Cuiabá e aprender um pouco sobre os astros? O pessoal do projeto “O Céu de Mato Grosso” e “Fisicart”, ambos da Universidade Federal de Mato Grosso, irão nos guiar por uma imperdível viagem pelo cosmos!

A observação guiada dos astros faz parte das atividades complementares da exposição temporária “Os Segredos do Homem Velho”. Atividade sujeita às condições atmosféricas. Não precisa fazer inscrição.

  • Dia: 14 de maio
  • Horário: 18h às 20h
  • Área verde do Museu de História Natural de MT

Semana dos Museus

Preparamos uma programação muito especial para a 21ª Semana Nacional de Museus, que acontece entre os dias 17 e 21 de maio. O tema deste ano é a cara do Museu de História Natural de Mato Grosso: “Museus, Sustentabilidade e Bem-estar”. Teremos palestras, oficinas, yoga e muito mais. Não perca! Programação completa em breve.

A Semana Nacional de Museus é uma das ações anuais do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), construída e proposta de forma articulada com o setor museal brasileiro.

Oficina de Fotografia Star Trail com o Celular – Com professor da UFMT Pablo Munayco Solorzano e membro do projeto “Fisicart” e “O Céu de Mato Grosso”

Você sabe o que é Star Trail? É um tipo de fotografia que usa do tempo de exposição longo para capturar círculos que são formados pelos movimentos aparentes das estrelas no céu noturno, devido à rotação da Terra. O resultado é incrível! Nesta oficina iremos aprender como capturar Star Trails usando equipamentos amadores. 

  • Dia: 20 de maio
  • Horário: 18h às 20h
  • Área verde do Museu de História Natural de MT
  • Abertura das inscrições dia 17/05 às 17h: https://linktr.ee/mhnmt

Oficina A tinta que vem da Natureza – Com o Ceffas Art

A natureza nos oferece inspiração, vida e cor! A partir de elementos como o açafrão, a beterraba e a cenoura, é possível obter tinturas naturais para diversas finalidades. Nesta oficina, os participantes acompanharão o processo de produção de tinta artesanal, de forma simples e divertida.

  • Dia: 27 de abril
  • Horário: 9h às 11h
  • Área verde do Museu de História Natural de MT
  • Abertura das inscrições dia 24/05 às 17h: https://linktr.ee/mhnmt

INSCRIÇÕES

As vagas para as atividades de maio são limitadas. Os interessados devem se inscrever individualmente para cada uma das oficinas pelo link que está na biografia do Instagram do Museu: https://www.instagram.com/museuhistorianaturalmt/ (@museuhistorianaturalmt).

As inscrições para as oficinas vão ser liberadas às 17h nas quartas-feiras que antecedem a realização das atividades.

SERVIÇO

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Funcionamento do Museu: Quarta a sexta-feira, das 8h às 18h.

Entrada: R$ 12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia). Aos domingos tem entrada gratuita.

Endereço: Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT.

Contato: (65) 99686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

Por: Thiago “Zina” Crepaldi – Assessoria de Comunicação do MHNMT

Museu de história natural de Mato Grosso encerra 10º Encontro Indígena com Feira de Artesanatos

O evento ocorreu durante esta sexta-feira, 21 de abril; seis povos mato-grossenses exibiram suas artes no Museu, em Cuiabá

Por Anna Giullia Nunes Magro

Os visitantes da Feira de artesanatos indígenas puderam conhecer a riqueza e a diversidade das peças confeccionadas pelos povos Umutina, Kuikuro, Bororo, Karajá, Kurâ-Bakairi e Xavante Foto: Anna Giullia Nunes Magro

Entre palha, miçangas e penas de arara, a criatividade reflete a tradição e a cultura de cada povo. A montagem das mesas teve início por volta das 9h, pouco depois já se podia vislumbrar o colorido de colares, brincos, cestas, pulseiras, bolsas, cocares, bonecas, arcos e flechas e muito mais. Por volta das 10h começaram a oferecer pinturas corporais aos participantes, crianças e adultos se divertiam tendo os braços estampados pelos grafismos dos povos Kuikuro e Karajá.

Yebi é indigena da etnia Karajá e desenhava o grafismo na pele de uma menina enquanto explicava “usamos a pintura no dia a dia”. As mulheres de seu povo que estavam vendendo os artesanatos tinham os rostos, braços e pernas desenhados com a mesma tinta feita com jenipapo. Karoline Mydiwari Karin, do povo Karajá, uma dessas mulheres, me contou como o convite para a Feira é importante para eles. “Assim as pessoas não indígenas podem conhecer mais sobre a nossa cultura”, aponta.

A maioria dos colares, enfeites de cabelo, brincos e adornos são confeccionados pelas mulheres da aldeia, os materiais usados são palha de Buriti, penas de arara e miçangas. O povo Karajá que ofereceu uma oficina de bonecas Ritxokô/Ritxoo no primeiro dia do evento, hoje venderam algumas dessas bonecas coloridas com tintas de urucum e jenipapo. Rafael Hararika Koxiwari, também Karajá, se sentava mais no canto perto dos cocares, saias e pulseiras, conta que os itens próximos a ele se referiam a um ritual de passagem de rapazes para homens; nesse caso, os meninos confeccionavam as peças que usariam na cerimônia.

Artesanato indígena expostos em Feira, durante o 10º Encontro Indígena, no Museu de História Natural de Mato Grosso. Foto: Anna Giullia Nunes Magro/Acervo MHNMT

Segundo Enir Maria Silva, coordenadora do Museu e presidente do Instituto Ecoss, o objetivo da Feira foi valorizar a cultura e a arte dos povos originários, além de gerar renda para as comunidades. “Quem visitou o Museu teve a oportunidade de aprender sobre as histórias e as técnicas dos artesãos indígenas; Isso é muito importante para que a memória e a identidade desses povos não se percam”, afirma.

O povo Kuikuro precisou de cinco ou seis mesas para distribuir seus produtos, era uma das maiores exposições, grande parte das pulseiras e colares eram feitas com miçangas e palha. O colorido vinha do urucum, jenipapo e argila, a palha das bolsas e sextas eram feitas de Buriti. Palako, que auxiliava nas vendas, conta mais sobre as “estampas” das peças e seu significado, ele escolhe dois colares para explicar, um era grafismo de jabuti, já o segundo era referente ao Kuarup, um evento que acontece quando o Cacique do povo morre, ele é velado por todos da aldeia que pintam seus corpos com esse padrão Kuarup. Palako ressalta a importância de fazer peças com os grafismos da cultura Kuikuro, arte ensinada as crianças a partir dos nove anos de idade. “É muito importante fazer artesanato para registrar como era o grafismo antigamente. Hoje, estamos esquecendo essa cultura”, conta. O artesanato é parte da tradição, ele diz que quando as meninas Kuikuro tem sua primeira menstruação ficam um ano em reclusão aprendendo sobre os costumes e sobre o artesanato.

Há uma diversidade de materiais usados para confecção dos artesanatos indígenas, têm os que preferem trabalhar com missangas, os que usam a palha do Buriti, como principal material e outros como os Boe Bororo que gostam de usar penas de aves. Com duas mesas de exposição na Feira, os Bororos distribuíram colares e brincos feitos de penas de arara. Segundo Lidiane Kuruguwe Emugu, que vendia os produtos feitos pelas artesãs da aldeia, em sua cultura os homens preferem se ocupar com a confecção de materiais de guerra, canoas e outros instrumentos mais pesados; enquanto as mulheres se dedicam ao artesanato. Perguntada sobre a comercialização das peças, ela destaca a dificuldade que o povo tem em trazer os produtos para venda nas cidades, principalmente, por conta da distância da aldeia. 

José Mário Kugarubo também é Bororo e explica que o lucro das vendas é para ajudar alguns projetos dentro da aldeia que promovem atividades culturais de turismo e, consequentemente, ajudam o povo a manter sua identidade. Ele conta que a modernidade também chegou aos indígena que agora aceitam pix. “Infelizmente tem que entrar nisso, porque virou uma onda, se não ficarmos desatualizados”, destaca.

Iara Rezende visitou a Feira pela primeira vez e aproveitou para enfeitar os braços com o grafismo. Ela conta que achou interessante escutar e aprender os significados da pintura para os indígenas. “Esta é uma forma de partilhar os saberes ancestrais que os povos originários preservam até hoje”. 

Vera Lúcia, frequentadora assídua do Museu, veio ao evento na quinta e sexta e aproveitou para adquirir mais colares e cestas. “A gente precisa ter momentos de interações como estas para que a cultura indígena não se perca. O artesanato indígena é muito rico, belo, minucioso e muito trabalhoso; merece destaque”, avalia.

Vera Lúcia durante visita a Feira de artesanatos indígenas no Museu. Foto: Anna Giullia Nunes Magro/Acervo MHNMT

SERVIÇO:

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O evento é gratuito e aconteceu de 18/04 a 21/04, no Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. 

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Feira de Artesanatos Indígenas promete agitar o último dia do 10º Encontro Indígena no Museu

Amanhã, sexta-feira (21), acontece a Feira de Artesanatos no Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá; confira

Os visitantes da Feira de artesanato poderão adquirir colares, pulseiras, bolsas, cestos, cerâmicas, pinturas e muito mais. Foto: Mellissa Rocha/Acervo MHNMT

Você já sabe o que vai fazer amanhã? Que tal aproveitar o último dia do 10º Encontro Indígena e conhecer um pouco mais sobre a cultura e a arte dos povos originários de Mato Grosso? O 10º Encontro Indígena é um evento que reúne representantes de diversas etnias indígenas do estado, com o objetivo de valorizar e divulgar suas tradições, saberes e expressões artísticas. A Feira de artesanatos Amanhã, sexta-feira, 21 de abril, será o encerramento do encontro, que começou na terça-feira, e você ainda pode participar de duas atividades imperdíveis: a Feira de artesanato dos povos indígenas e o “Palco livre” com apresentações e manifestações culturais indígenas.

Na feira de artesanato, você vai poder conferir e adquirir peças únicas e exclusivas, feitas com materiais naturais e técnicas ancestrais pelos próprios indígenas. São biojoias, colares, pulseiras, bolsas, cestos, cerâmicas, pinturas e muito mais. Além de levar para casa um pouco da cultura indígena, você também estará contribuindo para a geração de renda e a valorização desses povos.

A feira estará aberta ao público das 9h às 16h, com intervalo das 12h às 14h. A entrada é solidária: basta levar 1kg de alimento não perecível por pessoa. Os alimentos arrecadados serão doados para as comunidades indígenas participantes do evento.

Já no “palco livre”, você vai poder assistir a diversas apresentações e manifestações culturais indígenas, como danças, cantos, rituais, depoimentos e palestras. É uma oportunidade única de conhecer um pouco mais sobre a diversidade e a riqueza da cultura indígena brasileira, além de interagir e aprender com os próprios protagonistas dessa história.

O “palco livre” acontecerá das 10h às 15h, no auditório do Museu. A entrada também é solidária: 1kg de alimento não perecível por pessoa.

Não perca essa chance de participar do 10º Encontro Indígena e se encantar com a cultura e a arte dos povos originários do nosso estado!

SERVIÇO:

Feira de artesanatos indígenas

Quando: Sexta-feira (21/04/2023)

Horário: 9h-12 e 13h30-16h

Onde: Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT.

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Por Thiago “Zina” Crepaldi – Assessoria do MHNMT

Formação para o respeito à diversidade étnica dos povos indígenas

Estudantes e professores interagem com representantes de povos originários e aprendem sobre a diversidade cultural por meio de roda de conversa, oficinas e vivências com danças e pinturas; o evento gratuito acontece no Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá

Por Fernanda Nunes – Programa Jovens Jornalistas

Estudantes participam de dança com jovens indígenas dado povo Balatiponé, da aldeia Umutina. Foto: Mellissa Rocha/Acervo MHNMT

Apesar do clima de chuva, a tarde desta quarta-feira, 19 de abril, foi aquecida pela curiosidade e participação dos estudantes no 10º Encontro Indígena. A programação iniciou com apresentações de danças de quatro das cinco etnias indígenas presentes, as quais seus representantes, em seguida, participaram de uma roda de conversa respondendo perguntas dos estudantes e professores; e finalizou com oficinas de pintura corporal, grafismo e pintura facial Boe Bororo.

Exaltando o Dia dos Povos Indígenas pela diversidade cultural – diferentes línguas, costumes e crenças – as etnias Bororo, Kuikuro, Umutina e Xavante trouxeram suas danças e contaram os significados de cada manifestação, como o Jurê, dança da alegria dos Bororos e dança de Cura dos Xavantes, que ao reproduzi-la consideram que trará a melhora de seus enfermos. Com a participação de algumas crianças em cima do palco, o momento foi finalizado com as palavras do cacique da aldeia Tso’repré de Sangradouro, Paulo Domingos, do Povo Xavante. “Sem cultura não há povo. Nós perdemos muita coisa, mas temos nossa cultura, não conseguiram nos tomar a inteligência, nem a nossa arte”, frisou.

Iniciando a roda de conversa, os estudantes ficaram muito interessados em saber mais sobre o cotidiano das aldeias e as diferenças entre cada etnia. Perguntas como, o que vocês comem ou como é a casa de vocês, mostraram ao público as diferenças reais de seus costumes, pois as respostas variaram entre, sociedades que sobreviviam mais com pesca ou cereais e farinhas, até curiosidades do consumo de carne de caça e a utilização de couro de animais silvestres em manifestações espirituais. 

Uma outra pergunta ganhou a atenção do público ao descobrir que o significado das pinturas corporais e ornamentos usados pelo representante da etnia Kuikuro – brincos, braceletes e cinto – e dos demais parentes mostravam que aquele momento era especial, um evento de festa. 

Em seguida, houveram as vivências socioculturais, nas quais os indígenas puderam mostrar aos participantes as suas habilidades artísticas e as belezas dos diferentes tipos de representações na pele através das pinturas corporais.

Camila Parabara Ekureudo, 20 anos, do povo Boe Bororo, durante as vivências socioculturais do 10º Encontro Indígena. Foto: Mellissa Rocha/Acervo MHNMT

Finalizando o dia, aconteceu as oficinas de grafismo e pintura facial Boe Bororo, ministradas respectivamente por Kaya (Ana Patrícia Karugâ Agari), do povo Kurâ-Bakairi, e Lidiane Kuruguwe Emugu, da etnia Boe Bororo. Kaya explicou que o grafismo do povo Bakairi retrata no corpo a arte que vem de milhares de anos. “Eu espero que as pessoas que participarem da oficina vejam como a nossa cultura tradicional é rica e possam levar um pouco dela pra casa. Nossa arte resiste ao tempo. Nós estamos resistindo a milhares de anos”, diz Kaya, 36 anos, ao ser perguntada sobre suas expectativas em ministrar o curso.

A estudante de História da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) Camilly Marques Cavalcante, 20 anos, foi uma das mais  de 300 pessoas que estiveram no Museu na tarde desta quarta-feira. Ela ficou sabendo do evento através de uma tutoria na Universidade que aborda a história afro e indigena brasileira e se diz feliz por conseguir fazer parte e poder aprender de maneira imersiva o que vê em sala de aula. E destacou que as discussões do Encontro são mais ricas e valiosas por serem a partir da perspectiva dos próprios povos indígenas. “Não se tem uma verdade absoluta. Tem coisas novas, culturas, povos diferentes, línguas diferentes e a gente pode aprender. E aqui foi muito interessante, porque eu tive a oportunidade de ouvir e vivenciar parte da nossa história, a história dos povos originários”, diz Camilly Marques.

SERVIÇO:

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O evento é gratuito e acontece de 18/04 a 21/04, no Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. A programação completa está disponível em: https://www.sympla.com.br/evento/10-encontro-indigena/1950613

Contato: (65) 9 9686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

“A luta continua e a disputa sempre vem”, destacou o indígena Paulo Domingos, do povo Xavante, no 10º Encontro Indígena 

O segundo dia do evento realizado pelo Museu de História Nacional de Mato Grosso acontece durante o Dia dos Povos Indígenas, nesta quarta (19); a programação segue até sexta (21). 

Por: Iasmim Sousa – Programa Jovens Jornalistas

Hoje (19) é celebrado o Dia dos Povos Indígenas. O 10º Encontro Indígena começou na manhã deste dia simbólico com roda de conversa para trocas socioculturais, na qual o pesquisador e líder indígena Nárru Yamalui, do povo Kuikuro da Terra Indígena (TI) do Xingu, ressaltou as diferenças culturais entre os povos indígenas e a importância da mudança do termo “Dia do Índio” para Dias dos Povos Originários através da Lei 14.402/2022, de autoria da primeira deputada indígena, Joênia Wapichana. 

“A gente não se identifica como índio, nós nos identificamos como nossa nação. Eu sou Kuikuro, não sou índio. Ele é Xavante, não é índio. Cada povo tem um nome, Xavante, Kuikuro, Bororo, Umutina que se identifica como etnia mesmo”, afirmou Yamalui.

Nárru Yamalui, do Povo Kuikuro, que participa pela quinta vez do Encontro Indígena, destacou a importância deste evento no Museu, que possibilita que várias etnias possam conversar entre si e ao mesmo tempo crianças e jovens não indígenas. Foto: Luiz Leite/Acervo MHNMT,

E completa: “Aqui você não está ouvindo antropólogo, historiador ou professor, mas quem está aqui  dando essa palestra para vocês é o próprio povo indígena”, apontou. 

O cacique da aldeia Tso’repré de Sangradouro, Paulo Domingos, do Povo Xavante, explicou que a palavra “índio” significa “gente sem deus” e “gente incapaz”, na gramática espanhola, o que não condiz com a realidade, por isso, o termo correto é povos originários ou povos indígenas. Paulo ainda ressaltou a importância do Dia dos Povos Originários.

“Nesta data a gente relembra que o Brasil era nosso, totalmente dos povos originários. Mas fomos empurrados, fomos mortos pelas doenças, epidemias, como sarampo, coqueluche e matança pelas armas. Hoje, a luta continua e sabemos que a disputa sempre vem”, destacou Paulo Domingos.

Paulo Domingos, do Povo Xavante, durante o 10º Encontro Indígena explicou que o termo índio reduz e limita a diversidade dos povos originários. Foto: Luiz Leite/Acervo MHNMT.

Odisléia Cassiano da Silva, coordenadora da Escola Municipal Dom Bosco do Praierinho, trouxe 32 alunos do terceiro e quarto ano do ensino fundamental e já esteve várias vezes nos encontros promovidos pelo Museu. Para ela, o evento foi maravilhoso, principalmente para as crianças que nunca tiveram esse contato com outras culturas. 

A coordenadora do Museu e Presidente do Instituto Ecoss, Enir Maria Silva, ressaltou que as pessoas indígenas sofrem muito preconceito e que o principal objetivo do Encontro Indígena é despertar nos estudantes que participam o sentimento de valorização das culturas indígenas.

“Essa programação é organizada desde 2008 quando apenas três etnias estavam presentes; e o público, em cada período, chegava a 50 pessoas. Com o tempo a ideia do encontro foi se fortificando e ganhando mais parceiros. Agora em 2023, na 10º edição, contamos com quase 60 indígenas representando oito etnias diferentes. Além disso, estamos recebendo um número expressivo de escolas e público espontâneo”, contou Enir.

Ela destacou ainda que a parceria com escolas públicas e particulares contribuiu para o salto de público, que, ontem (19), chegou ao total de 600 pessoas no primeiro dia de evento.

Isaac Amajunepá é representante do povo Umutina Balatiponé e participou pela primeira vez no Encontro Indígena junto com um grupo de estudantes da aldeia. Ele afirmou que essa ação fortalece o que os indígenas buscam através das lutas, o ser, fazer e viver dos povos originários.

“Eu acredito que um evento como esse é referência para os outros eventos dentro do Estado de Mato Grosso e do Brasil. Essa nossa vinda aqui fortalece nosso contato e nossa rede de conhecimento. Isso é muito importante, sobretudo para os alunos da escola da aldeia central, que vieram participar deste encontro. Isso fortalece as tradições que eles aprendem na escola, como a dança, a cultura e os saberes dos nossos ancestrais”, revelou Isaac.

Programação

A programação desta quarta-feira segue a partir das 14h com rodas de conversas e trocas socioculturais e às 15h acontecem vivências culturais com danças, pinturas corporais, contação de histórias e contato com arco e flecha. Logo depois, às 16h, acontece duas oficinas, uma sobre grafismos e cores, ministrada pela artista Kaya Agari, do povo Bakairi e outra oficina de pintura facial Boe Bororo ministrada pela Lidiane Kuruguwe Emugu. A programação completa e inscrições pelo site: https://www.sympla.com.br/evento/10-encontro-indigena/1950613

SERVIÇO:

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O evento é gratuito e acontece de 18/04 a 21/04, no Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. A programação completa está disponível em: https://www.sympla.com.br/evento/10-encontro-indigena/1950613

Contato: (65) 9 9686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Celebração e Luta no Dia dos Povos Indígenas

19 de abril é uma data de resgate cultural e de luta para os povos originários, que buscam reconhecimento e respeito

Por Thiago “Zina” Crepaldi

Etnia Bororo em apresentação de dança tradicional “Oiêgu”. Foto: Luiz Leite/Acervo MHNMT

Hoje, 19 de abril, é o Dia dos Povos Indígenas. Esta é uma data de luto e de luta para os povos originários, que resgatam os saberes tradicionais e se fortalecem. Isaac Amajunepá, da aldeia Umutina do Povo Balatiponé, destaca que essa data não é apenas festiva. “Para nós indígenas esse dia é importante para fortalecer o conhecimento dos nossos antepassados e reconhecer que a nossa luta continua; lutamos pelo direito de existir, pela demarcação dos nossos territórios e por respeito”, esclarece Isaac.

Ainda segundo Isaac, para os não indígenas, esse dia deve ser uma forma de apoiar as lutas e as reivindicações por justiça, respeito e dignidade do povo indígena. “É preciso que os brancos aprendam a ouvir a nossa voz e nos respeitem como sujeitos de direitos e como protagonistas das nossas histórias”, declara.

Por meio de ações socioeducativas, o Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá, busca fortalecer e valorizar as tradições dos povos originários do estado de Mato Grosso. O Encontro Indígena, que este ano chega a sua décima edição, é uma destas iniciativas que fomenta as trocas culturais dos povos entre si e com os não indígenas. Entre os dias 18 e 21 de abril representantes das etnias Umutina, Kuikuro, Bororo, Karajá, Kamayurá, Kurâ-Bakairi, Manoki e Xavante estão reunidas no Museu para discutir as questões da territorialidade, que não se restringe apenas ao espaço geográfico, mas se estendem à própria resistência dos povos indígenas.

Nárru Yamalui, da etnia Kuikuro, que já participou de cinco edições do encontro, destaca a importância de espaços como este em que os indígenas possam contar a sua história e compartilhar suas culturas. Ele diz que isso gera um respeito e o respeito é muito importante para ele. “Nós indígenas somos os protagonistas e podemos contar a nossa própria história. Não é preciso que os antropólogos e os historiadores contem ela por nós”, ressalta Yamalui.

Nárru Yamalui, da etnia Kuikuro, durante o 10º Encontro Indígena explica a importância dos indígenas usarem a própria voz para compartilhar os seus saberes. Foto: Luiz Leite/Acervo MHNMT

Para Enir Maria Silva, coordenadora do Museu e presidente do Instituto Ecoss, o contato direto com as comunidades tradicionais é fundamental para sensibilizar as novas gerações. “Não é suficiente apenas falar sobre diversidade com crianças e jovens; é necessário que eles experimentem, conheçam e se aproximem da realidade dos povos indígenas, que são uma parte integrante de nossa história e identidade nacional. É por isso que o Encontro Indígena se tornou um espaço para experimentar e trocar ideias”, afirma a coordenadora do Museu. 

Celebrar o Dia dos Povos Indígenas é uma forma de apoiar suas lutas por reconhecimento e respeito. Eles são parte fundamental da história e da identidade do Brasil e contribuem para a riqueza cultural e ambiental do país.

Dia dos Povos Indígenas 

Em 1943, o dia 19 de abril foi incluído no calendário comemorativo brasileiro como o “Dia do Índio”, mas em 2022 da Lei 14.402/2022, de autoria da primeira deputada indígena, Joênia Wapichana mudou o nome para “Dia dos Povos Indígenas”, reconhecendo a pluralidade e a diversidade dos povos originários brasileiros. A mudança também foi uma forma de combater o estereótipo do índio genérico, que muitas vezes é retratado de forma folclórica e exótica.

SERVIÇO:

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O evento é gratuito e acontece de 18/04 a 21/04, no Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. A programação completa está disponível em: https://www.sympla.com.br/evento/10-encontro-indigena/1950613 

Contato: (65) 9 9686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer(Secel).

10º Encontro Indígena reúne mais de 550 pessoas na tarde desta terça-feira (18)

Alunos de Cuiabá e Várzea Grande participaram de roda de conversas, palestra, vivências culturais e oficinas com indígenas de cinco etnias diferentes no Museu de História Natural de Mato Grosso

Por: Aline Costa – Programa Jovem Jornalista

Estudantes do ensino da rede pública e particular participam do 10º Encontro Indígena, que acontece de 18 a 21 de abril. Foto: Melissa Rocha/Acervo MHNMT.

O primeiro dia de Encontro foi marcado pela presença de estudantes do ensino fundamental e médio de seis escolas, além do público espontâneo, totalizando quase 600 pessoas. A programação da tarde contou com várias atividades, que iniciou com uma roda de conversa com cinco indígenas representando algumas das etnias participantes do evento e finalizou com a oficina de confecção de bonecas Ritxokô/Ritxoo.

Iniciando-se às 14 horas, a roda de conversas teve a participação de indígenas das etnias Xavante, Karajá, Bororo, Umutina e Kuikuro; e contou com a ampla participação de crianças e adolescentes das escolas convidadas, que tiveram a oportunidade de fazer perguntas sobre as vivências dos indígenas e puderam entender as diferentes culturas existentes entre as etnias. “Chamam a gente de índio. Todo mundo acha que temos a mesma cultura, mas não é. Somos diferentes na cultura, culinária, crenças em tudo” ressaltou Nárru Yamalui, pesquisador e indígena do povo Kuikuro do Xingu.

A professora Simone Figueiredo, da Escola EMEB Prof. Helio Souza Vieira, disse que achou uma ótima experiência e ficou muito animada em ver as crianças felizes. “É muito importante conhecer as culturas indígenas, que não são de nosso convívio, para que possamos conhecer o que não sabemos. Muitas coisas ditas na roda de conversa foram de aprendizado”, conta a professora.

Crianças e adolescentes participam de vivências artísticas e culturais de pintura corporal, dança, música e arco e flecha. Lidiane Kuruguga Emugu, do povo indígena Bororo pintando estudante.Foto: Melissa Rocha/Acervo MHNMT.

Após a roda de conversa, os alunos tiveram a chance de participar de vivências culturais com os indígenas presentes, nas quais foram pintadas, participaram de rodas de dança, conversaram e tiraram dúvidas. 

Para Jennifer Iasmin, de 10 anos, estudante da Escola Estadual Governador José Garcia Neto, passar a tarde no Museu foi muito legal e sua parte favorita foi a roda de dança em que ela participou.

Além das atividades voltadas para as crianças, aconteceu também uma mesa-redonda com o tema “Território, resistências e mudanças climáticas”, que trouxe uma importante conversa sobre como os impactos ambientais têm interferido nas dinâmicas de cada povo. Participaram da mesa Valmir Xinuli, geológo e integrante do Coletivo Ijã Mytyli de Cinema Manoki e Myky, Alessandra Arruda, do povo Guató, psicóloga e mestranda em Antropologia, e Helena Corezomaé, povo Umutina, jornalista e mestre em Antropologia Social. A Mesa-redonda está disponível no canal do YouTube do Museu: https://youtube.com/live/c6d5m7RDnwE?feature=share

Após o momento de vivências, ocorreu a oficina de bonecas Ritxokô e Ritxoo com Caren Kelly Karitymaru, pedagoga e indígena do povo Karajá, com um público menor onde os participantes puderam aprender como modelar as bonecas a partir da argila.

Nárru Yamalui, que já participou de cinco edições do encontro, diz que é muito importante que o indígena possa contar a sua história e que os alunos e as crianças tenham a oportunidade de conhecê-los pessoalmente. Ele diz que isso gera um respeito e que esse respeito é muito importante para ele. Para o indígena, muitos pesquisadores passam pelas aldeias, mas contam tudo sob o olhar deles ou não ficam sabendo de muitas coisas. Dessa forma, ele, como indígena pode contar suas vivências às pessoas. “Nós indígenas somos os protagonistas e podemos contar a nossa própria história. Não é preciso que os antropólogos e os historiadores contem ela por nós”, afirmou.

Crianças se encantam com as histórias contadas por indígenas durante o 10º Encontro Indígena. Foto: Melissa Rocha/Acervo MHNMT.

Serviço: 

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O evento é gratuito e acontece de 18/04 a 21/04, no Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. A programação completa está disponível em: https://www.sympla.com.br/evento/10-encontro-indigena/1950613 

Contato: (65) 9 9686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

Abertura do 10º Encontro Indígena celebra a diversidade cultural

O Museu de História Natural de Mato Grosso recebe representantes de diversas etnias para um evento gratuito e aberto ao público, com palestras, oficinas, feira de artesanato e apresentações culturais

Por: Luana Fátima Moreira – Programa Jovem Jornalista

Indígenas Umutina durante apresentação na abertura do 10º Encontro Indígena.  Foto: Mellissa Rocha/Acervo MHNMT

Na manhã desta terça, 18 de abril, aconteceu a abertura do 10º Encontro Indígena no Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá; a programação segue durante toda a semana e encerra na sexta-feira, dia 21. O evento, que acontece desde 2008, fomenta, há 15 anos, o diálogo, a integração e valorização das culturas originárias do nosso estado. Nesta edição, o Encontro discute a temática Territorialidades, que não se restringem apenas ao espaço geográfico, mas se estendem à própria resistência dos povos indígenas. 

A cerimônia de abertura contou com a participação dos líderes indígenas Nárru Yamalui (povo Kuikuro), Isaac Amajunepá (Povo Umutina), Caren Kelly (Povo Karajá), Paulo Domingos (Povo Xavante) e Lidiane Kuruguga Emugu (Povo Bororo), que falaram sobre as suas culturas, problemáticas ambientais em seus territórios e em seguida apresentaram algumas manifestações artísticas, com dança e música. Logo em seguida, aconteceu a palestra de abertura com a temática: “Retomadas, Direitos e territorialidades de Povos Originários”,com  Adriano Boro Makuda, da etnia Bororo, que é advogado, mestre em Antropologia e professor na Universidade Federal de Rondonópolis (UFR). 

Para a pedagoga Caren Kelly, da etnia Karajá, o Encontro Indígena permite uma rica troca sociocultural. “Esta interação é muito boa, porque a gente compartilha a nossa cultura através das danças, músicas e pinturas corporais; e conhece uma cultura diferente da nossa, a cultura do não-indígena. Essa troca cultural nos engrandece”, conta Caren.

Sobre essa troca, Enir Maria Silva, coordenadora do Museu e presidente do Instituto Ecoss, explica que contato direto com as comunidades tradicionais é fundamental para sensibilizar as novas gerações. “Não basta só falar sobre a diversidade com as nossas crianças e jovens, é preciso que elas vivenciem, conheçam e se aproximem da realidade dos povos indígenas, que são parte integrante da nossa história e da nossa identidade nacional. É neste sentido, que o Encontro Indígena, tornou-se um espaço de vivência e de troca”, destaca Enir, que tem uma longa trajetória de dedicação à pesquisa, à preservação do patrimônio e a manutenção do Museu.

Presidente do Instituto Ecoss e Coordenadora do Museu de História Natural de Mato Grosso na abertura do 10º Encontro Indígena. Foto: Mellissa Rocha/Acervo MHNMT

O evento contou também com a participação de representantes do poder público na solenidade de abertura, entre eles o Secretário de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, Jefferson Carvalho Neves que destacou a importância das políticas públicas em defesa dos povos originários.

 “Com a celebração do dia dos Povos Indígenas, essa semana de abril se torna muito emblemática, pois resgata a nossa cultura. Mas precisamos estender as políticas públicas para os 365 dias do ano; esse tem sido um compromisso da Secretaria de Cultura de Mato Grosso”, afirma o Secretário. 

A abertura do 10º Encontro Indígena está disponível no canal do YouTube do Museu, confira: https://youtube.com/live/EASEN_vHTOg?feature=share 

Serviço: 

10º Encontro Indígena é realizado pelo Instituto Ecoss, Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer, com apoio do Museu de Etnologia e Arqueologia da UFMT e Univag.

O evento é gratuito e acontece de 18/04 a 21/04, no Museu de História Natural de Mato Grosso, localizado na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, Cuiabá/MT. A programação completa está disponível em: https://www.sympla.com.br/evento/10-encontro-indigena/1950613 

Contato: (65) 9 9686-7701 e Instagram: @museuhistorianaturalmt

O Museu de História Natural de Mato Grosso, gerido desde 2006 pelo Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss), é um dos equipamentos culturais da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel).

“O Segredo do Homem Velho: Uma exposição no Museu sobre a cultura e a astronomia dos povos originários da América do Sul

Inauguração acontece no Museu de História Natural de Mato Grosso neste sábado, 15 de abril, às 18h; haverá observação do céu

Nebulosa Cabeça de Cavalo, captação feita no bairro Jardim Imperial, Cuiabá-MT. Foto: Pablo Edilberto Munayco Solorzano/ Arquivo “FisicArte” Projeto “Céu de Mato Grosso”

Você gosta de observar o céu e as estrelas? Ou tem curiosidade no assunto? Então você não pode perder a nova exposição temporária do Museu de História Natural de Mato Grosso, em Cuiabá: “A CONSTELAÇÃO DO HOMEM VELHO”. Nesta exposição, será possível conhecer a história e a cultura dos povos originários da América do Sul que se inspiraram em uma figura mítica que aparece no céu noturno: o Homem Velho.

A exposição conta com fotografias astronômicas incríveis que mostram a beleza e a diversidade do céu de Mato Grosso, um dos melhores lugares do Brasil para observar as estrelas. As fotos foram feitas por participantes dos projetos de extensão FisicArte e O CÉU DE MATO GROSSO, da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).

A curadora do Museu, Vitória Ramirez Zanquetta, explica que a exposição é uma forma de divulgar e valorizar os saberes da cultura dos povos indígenas. “É uma chance de se maravilhar com o céu e conhecer mais sobre a sabedoria e a cosmovisão dos indígenas aqui da nossa região”, afirma.

Etnias indígenas brasileiras, principalmente as de origem tupi-guarani, compartilham o mito da constelação do “Homem Velho” ou do “Índio Velho”, formada pelas constelações ocidentais Taurus e Orion. Essa lenda conta que um homem foi assassinado pela esposa, que queria ficar com o irmão dele. Ela cortou a perna do marido para matá-lo. Os deuses se compadeceram do homem e o colocaram no céu como uma constelação. No final de dezembro, o Homem Velho (Tuya, em guarani) aparece inteiro no céu, no lado Leste, no começo da noite. Isso significa que o verão chegou para os índios do sul do Brasil e que a época das chuvas começou para os índios do norte do Brasil.

Segundo Marcelo Marchiori, professor do Instituto de Física da UFMT e coordenador do projeto de extensão “FisicArte” e membro do Projeto de Extensão Tecnológica “O Céu de Mato Grosso“, os povos originários usavam as constelações e a posição dos astros no céu para marcar a regularidade do tempo. “Esse saber era importante para compreender quando seria os períodos de seca e de chuva, sendo possível se preparar para cada um deles; estocar mais ou menos alimentos; reforçar as construções; ou ainda, saber qual seria a melhor época de plantar”, comenta.

A exposição “Constelação do Homem Velho” será inaugurada no dia 15 de abril de 2023, às 18h, no Museu de História Natural de Mato Grosso, que fica na Avenida Manoel José de Arruda (Beira Rio), nº 2000, bairro Jardim Europa, em Cuiabá. No dia da abertura, haverá uma cerimônia especial e observação guiada do céu. 

A exposição ficará aberta ao público até o dia 15 de julho de 2023, de quarta a domingo, das 8h às 18h. O valor da entrada é R$12,00 (inteira) e R$ 6,00 (meia). Aos domingos, a entrada é gratuita.

Não perca essa chance de ver o céu de um jeito diferente e conhecer mais sobre a riqueza cultural dos povos originários da América do Sul. Visite a exposição “A CONSTELAÇÃO DO HOMEM VELHO” no Museu de História Natural de Mato Grosso!

O que são as fotografias astronômicas?

Fotografias astronômicas ou astrofotografias são um tipo de fotografia especializada que registra imagens de corpos celestes e grandes áreas do céu noturno. Em essência elas consistem em um empilhamento de várias fotografias de longa exposição. E para fazer as astrofotografias, é preciso ter alguns equipamentos e técnicas adequados, além de uma boa localização com pouca poluição luminosa, como um telescópio com um motor de compensação do movimento da Terra.

Marcelo Marchiori, professor do Instituto de Física da UFMT e coordenador do projeto de extensão “FisicArte” e membro do Projeto de Extensão Tecnológica “O Céu de Mato Grosso“, conta que para uma astrofotografia completa as vezes pode ser necessário muitas horas de fotos somadas, podendo levar anos; ele explica o porquê. “Como os corpos celestes são muito pequenos qualquer variação no céu pode interferir como vento, céu fechado, lua, chuva e entre outros. Para fazer a astrofotografia de Galáxia de Andrômeda, por exemplo, levamos cerca de 2 anos”, comenta.

A galáxia de Andrômeda. Foto: Pablo Edilberto Munayco Solorzano/ Arquivo “FisicArte” Projeto “Céu de Mato Grosso”

Atualmente, a equipe possui equipamentos adquiridos por meio de um projeto de extensão tecnologia da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat) que possibilita contornar alguns destes interferências. “Com esses equipamentos aliadas aos conhecimentos e a técnica primorosa do professor Pablo Edilberto Munayco Solorzano, da UFMT, podemos produzir fotografias astronômicas de referência e com qualidade a nível mundial”, ressalta Marcelo Marchiori.

SERVIÇO

Exposição “A CONSTELAÇÃO DO HOMEM VELHO

Abertura: 15 de abril às 18h

Período de exposição: até 15 de julho de quarta a domingo (8h às 18h)

Entrada: aos domingos gratuito. Quarta a sabádo R$ 6,00 a meia e R$ 12,00 inteira.

A exposição é uma parceria do Museu de História Natural de Mato Grosso, do Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais, da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer(Secel) em parceria com os projetos de extensão FisicArte e O CÉU DE MATO GROSSO, da UFMT, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso e do FABFisLAB.

Arte: Daniel Marchiori

Por: Thiago “Zina” Crepaldi – Assessoria de Comunicação do MHNMT