Instituto Ecoss Participa do 1° Fórum do Patrimônio Mato-Grossense
Evento organizado pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso destacou abordagens e práticas para a preservação de bens culturais no estado.
Evento promovido pelo CAU/MT contou com apoio da FGV, Secel, IHB e Iphan. Foto: Divulgação
Nesta semana, em Cuiabá, ocorreu o 1° Fórum do Patrimônio Mato-Grossense, que debateu abordagens e práticas para a preservação de bens culturais. O evento, realizado no teatro do Sesc Arsenal, contou com palestras e mesas redondas sobre conservação e restauro, parcerias e políticas públicas de preservação do patrimônio cultural, entre outros temas.
O Instituto Ecossistemas e Populações Tradicionais (Instituto Ecoss) esteve representado pela arqueóloga Suzana Hirooka, co-fundadora e presidente do Instituto, que gerencia o Museu de História Natural de Mato Grosso (MHNMT) desde 2006. Suzana proferiu a palestra “Arqueologia, Arquitetura e o Centro Histórico de Cuiabá”, na qual debateu a intersecção entre essas áreas e a importância de preservar a identidade cultural da capital mato-grossense.
“O patrimônio de Mato Grosso deve ser entendido como a essência da nossa identidade cultural, um legado que precisa ser preservado e celebrado. Encontros como este são fundamentais para discutirmos e nos unirmos na missão de proteger e promover a riqueza cultural de Mato Grosso”, refletiu.
Além disso, Suzana participou da mesa redonda “As abordagens integradas na preservação do patrimônio cultural – Importância de proteger tanto os bens materiais (edificações e monumentos) quanto os imateriais (tradições, saberes e práticas culturais)”. Hirooka enfatizou que, apesar da distinção entre patrimônio material, composto por bens tangíveis, e patrimônio imaterial, que inclui tradições e expressões culturais, é essencial adotar uma visão holística na proteção do patrimônio, englobando tanto as estruturas físicas quanto as manifestações culturais valorizadas pelas comunidades.
Enir Maria Silva (esq.) e Suzana Hirooka (dir.) participam do 1° Fórum do Patrimônio Mato-Grossense. Foto: Acervo Pessoal/Suzana Hirooka.
A coordenadora do MHNMT e membro do Ecoss, Enir Maria Silva, também esteve presente e ressaltou a importância desta iniciativa. Ela destacou a gestão do Ecoss no MHNMT, que está localizado na Casa do Aquino, tombada como patrimônio do estado desde 1997.
“Foi muito proveitoso participar do Fórum, especialmente pelo envolvimento do Ecoss, onde discutimos temas relevantes como a acessibilidade em espaços públicos, em particular em prédios tombados, e a preservação do patrimônio. É fundamental refletirmos sobre a relevância desses bens para a comunidade, especialmente em um contexto onde a arquitetura frequentemente atende a uma classe alta, ignorando a diversidade social. O Museu de História Natural, que ocupa um prédio com quase 200 anos, também precisa abordar questões de acessibilidade e discutir a sustentabilidade em suas várias dimensões – financeira, ambiental e social”, apontou.
Dividida em três eixos, a programação do Fórum abordou práticas de projeto e execução, políticas públicas e parcerias, e a salvaguarda dos patrimônios materiais, imateriais e arqueológicos. Os temas foram apresentados e debatidos por renomados profissionais de arquitetura, urbanismo, história e arqueologia de Mato Grosso e de outros estados do Brasil.
Além do Instituto Ecoss, o evento contou com a participação de representantes da Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer (Secel), do Conselho de Arquitetura e Urbanismo de Mato Grosso (CAU/MT), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), do Instituto Homem Brasileiro (IHB) e do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
CAU/MT e Secel-MT assinam protocolo de intenções em prol do Patrimônio Histórico de MT. Foto: Divulgação
Ao final do evento, foi elaborado um protocolo de intenções de políticas públicas para a preservação do patrimônio histórico e cultural de Mato Grosso.
O Instituto Ecoss continua sua missão, com objetivos voltados para a pesquisa e valorização dos patrimônios materiais e imateriais de comunidades tradicionais, sítios arqueológicos e paleontológicos de Mato Grosso. Através de ações e projetos inovadores, o Ecoss busca promover o desenvolvimento socioambiental dessas áreas, contribuindo para a preservação da rica diversidade cultural e histórica do estado. Através de sua dedicação e compromisso, o Instituto Ecoss reafirma seu papel fundamental na proteção e promoção do patrimônio mato-grossense, garantindo que as futuras gerações possam usufruir e celebrar essa herança única.